Um dos maiores problemas para reparo de pinturas e revestimentos em áreas críticas, residem na tentativa de fazer a aplicação sobre picos e vales (alvéolos, pites) ou cantos vivos, sem dar atenção especial que estas áreas merecem.  Neste trabalho, apresentamos soluções baseadas no uso de produtos “surface tolerant”, que tem permitido eliminar definitivamente os problemas nas áreas críticas, sem necessidade de paradas operacionais nem de uso de sistemas sofisticados de preparação de superfície. 

Compartilharemos casos reais onde fica caracterizado que a prática de suavizar as irregularidades antes de aplicar os revestimentos ou pinturas tem eliminado os problemas de corrosão atmosférica nas unidades offshore ou em industrias em terra, evitando retrabalhos e perdas de ativos.

O reparo de revestimentos e pinturas em áreas críticas em regiões de variação de Maré, é um desafio ainda não completamente resolvido.

Um reparo nestas áreas precisa ser rápido e fácil de aplicar, mesmo em áreas contaminadas e úmidas ou em imersão, além de exigirem cura rápida, mesmo em baixas temperaturas.

A nossa prática tem nos levado à convicção de que é primordial eliminar pontos de tensionamento dos revestimentos, através do uso de massa epóxi. E é isto que pretendemos consolidar com cases reais.

A nova tecnologia em materiais poliméricos fortalece a nossa convicção, pois levou ao desenvolvimento de produtos grau pastoso à base de epóxi sem solvente, que podem ser aplicados sobre superfícies contaminadas e até mesmo subaquáticas, o que simplifica alguns dos requisitos típicos de preparação da superfície. Estes materiais são eficazes no deslocamento de contaminantes do substrato permitindo que o epóxi penetre no perfil e crie uma forte ligação mecânica, mesmo em superfícies preparadas com SSPC-SP 11 ou até, com escova de aço.

Com um alto nível de tolerância à contaminação da superfície e boa aderência aos substratos preparados manualmente, estes materiais epóxis fornecem um reparo econômico que pode restabelecer o equipamento por anos de serviço. Por exemplo as pernas de plataformas, os risers as tubulações industriais e outros recursos que podem sofrer corrosão e/ou erosão podem ser rapidamente reparados e protegidos com o uso de epóxis tolerantes a fraca preparação de superfície.

Metodologia

Para formular essas conclusões utilizamos dois caminhos:

1- Acompanhar serviços onde realizamos aplicação de massas epóxis especiais antes de pintar ou revestir e acompanhar o resultado desta ação depois de período de 10 anos;
2- Realizar testes de laboratório para comparar produtos de cura rápida de nosso uso cotidiano, curados com mercaptana ou isocianatos, com os novos epóxis sem solventes curados com poliaminas, que apresentam a vantagem de cura rápida em condições adversas, e alta aderência com fraca preparação de superfície, permitindo fortalecer a nossa convicção agora com facilidades de aplicação em campo.

Case 1

Em 2007 fomos chamados para solucionar uma situação de tubulação de água de refrigeração com corrosão severa. A empresa enfrentava um dilema: Trocar a linha, ou fazer reparo estrutural?

Depois de muitas discussões técnicas e cálculos, concluímos que se fosse possível fazer a recuperação da pintura e garantir que não haveria avanço da corrosão, o sistema não precisaria ser substituído, nem precisaríamos fazer reparo estrutural conforme norma ASME PCC2.

O desafio portanto, seria apresentar garantia de recuperação de pintura de pelo menos 6 anos sobre uma superfície com alvéolos profundos, conforme fotos a seguir:

Antes – Tubulação de refrigeração corroída
Antes – Tubulação de refrigeração corroída

Propomos ao cliente o desafio de preencher os alvéolos com Belzona 1121, um epóxi com reforço de aço cerâmico, em seguida proceder com a pintura convencional, com PU. Após aceito o desafio.

Depois – Aplicação de Belzona 1121
Depois – Finalizado

Serviço similar foi realizado em 2004 em outro cliente, sem qualquer falha no reparo do revestimento até a última inspeção, realizada em 2017, ou seja, depois de 13 anos em operação.

Reparo realizado em 2004, totalmente íntegro após 13 anos

A mesma solução foi sugerida para um cliente que precisava revestir paredes de tanques de teto flutuante, que sofriam com o atrito do selo sobre a pintura interna, com perdas de espessura das chapas e com perda de hidrocarbonetos.

O preenchimento dos alvéolos, nivelando a superfície, e depois aplicando o sistema de pintura por eles especificado, se mostrou uma solução de longa duração, e ótima performance desde 2006.

Aplicação de Belzona 1121 – Parede de tanque de teto flutuante

Atualmente, usamos este procedimento em todo revestimento externo ou interno que realizamos e o resultado é a eliminação de retrabalhos ou problemas em regiões que apresentavam irregularidades ou revestimentos antigos com falha.

A seguir, apresentamos alguns resultados dos testes comparativos realizados pelo fabricante destes novos produtos com aqueles usados nos exemplos citados, cujos resultados nos estimulam a fazer a substituição e divulgar os bons resultados no mercado.

Aderência sobre substratos contaminados em diversos tipos de óleos

Aderência Dolly Pull Off (ASTM D4541). Aço Carbono Esmerilhado (SSPC-SP11/ ISO 8501-1 St3)
Tensão de cisalhamento (ASTM D1002)

Conclusões

Os serviços que realizamos desde 2004, com preenchimento dos alvéolos com massas epóxis antes de recuperar a pintura ou revestimento, tem se mostrado uma alternativa de grande acerto, sem registro de falhas. Já realizamos inspeções em revestimentos externos depois de 10 a 13 anos do uso deste procedimento. Com zero falhas.

O aparecimento de novas resinas que permitem fazer o preenchimento de alvéolos e irregularidades, sem necessidade de uso de procedimentos exigentes de preparação de superfície, coloca este procedimento como forte candidato a revolucionar os reparos de pinturas e revestimentos em campo.

Autor: Diego Hita

Fabiane Oliveira

Marketing na Hita Comércio e Serviços

Este post tem 4 comentários

  1. juliana

    Adorei!!!!!! parabensss

  2. antonio

    Material muito interessante e didático, parabéns!

  3. Paulo Roberto

    Parece ser um produto extraordinário, parabéns. Encontramos várias situações iguais as fotos acima em Plataformas Offshore, mas a maioria das vezes eles preferem fazer a troca da tubulação. Acredito que fazendo desta forma economizará tempo e dinheiro. Parabéns pelo produto, gostaria muito de utilizar o mesmo no futuro.

    1. Fabiane Oliveira

      Olá Paulo,
      Ficamos gratos pelo retorno e felizes que o conteúdo tenha acrescentado conhecimentos.
      Sem dúvidas, este tipo de alternativa traz ganhos significativos, sobretudo se considerarmos o fator Segurança humana, cujo valor é incalculável.
      Para quaisquer dúvidas técnicas, pode nos contactar através do hita@hita.com.br
      Estamos à disposição para o que precisar!

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