A manutenção preditiva é um dos três tipos de manutenção industrial — além da preventiva e da corretiva — e tem, entre outros objetivos, evitar falhas nos equipamentos e nas paradas não programadas para reparos.
Para uma manutenção preditiva adequada, é possível lançar mão de diversas ações dentro da indústria que vão ser escolhidas de acordo com as especificidades de cada equipamento.
Neste artigo, vamos apresentar os principais exemplos de manutenção preditiva, além de explicar quais são as vantagens de aplicar essas ações na rotina do seu negócio.
Entenda o conceito de manutenção preditiva
A manutenção preditiva é o conjunto de ações praticadas em uma indústria com o objetivo de evitar o desgaste dos equipamentos e seus componentes, para que as suas estruturas se mantenham sempre conservadas.
Além das máquinas, as práticas de manutenção preditiva são aplicadas à estrutura civil da indústria, o que inclui a sua fundação e os sistemas hidráulico e elétrico.
Nem todas as empresas consideram a manutenção preditiva uma prioridade. Por isso, precisam lidar constantemente com riscos de falhas, perdas na produção e necessidade de reparar ou substituir equipamentos – o que pode provocar atrasos e prejuízos financeiros para o negócio.
Por isso, a manutenção preditiva é tão importante. Mas, sem dúvida alguma, o ponto crucial destas ações é evitar danos e perdas de vidas dos colaboradores.
Principais exemplos de manutenção preditiva
Existem diversas técnicas de manutenção, cada uma com a sua indicação. A seguir, listamos os principais exemplos de manutenção preditiva e as suas indicações. Confira!
Análise de vibrações
A análise de vibrações tem o objetivo de identificar falhas em potencial nos componentes rotativos de equipamentos industriais, evitando paradas por quebra de eixos ou rolamentos, por exemplo.
Em geral, os equipamentos mantêm a frequência de vibração quando estão funcionando, e a análise dessa vibração é feita por meio de acelerômetros ligados a sensores instalados em pontos estratégicos, que transformam a energia da vibração em sinais elétricos.
Os dados enviados são analisados por especialistas e, se as frequências estiverem fora do padrão, é possível determinar se há algo errado com o equipamento.
Esse é um dos exemplos de manutenção preditiva mais comuns nas indústrias e pode ajudar a identificar uma série de problemas, como cavitação em bombas, problemas de lubrificação, folgas internas, deterioração de rolamentos, entre outros.
Monitoramento de ruídos
O monitoramento de ruídos é outro exemplo de manutenção preditiva muito utilizado nas indústrias. Assim como a vibração, os equipamentos também emitem ruídos quando funcionam – e máquinas em boas condições costumam emitir ruídos contínuos.
Quando o ruído emitido sai do padrão, pode ser sinal de que há algo errado.
Esse monitoramento é feito com a ajuda de alguns equipamentos, como sonda ultrassônica e estetoscópio eletrônico. O primeiro isola os ultrassons dos ruídos do ambiente e, o segundo, detecta e rastreia todos os tipos de ruídos em máquinas.
Monitoramento de temperatura
O monitoramento da temperatura segue a lógica do que é feito com as vibrações e com os ruídos. Os equipamentos em operação tendem a ter temperaturas específicas quando estão em funcionamento. A variação de temperatura para mais ou para menos pode ser sinal de que há algo errado com a máquina.
Normalmente, essa medição é feita com o uso de sensores termômetros instalados nos equipamentos, mas também é possível usar outras técnicas como a termografia, sobre a qual falaremos mais adiante.
Endoscopia industrial
A endoscopia industrial é um exemplo de manutenção preditiva que possibilita acessar lugares internos dos equipamentos, que não podem ser vistos diretamente pelos técnicos sem que seja necessário desmontar a máquina. Isso reduz os custos e o tempo gasto com a manutenção.
Para a realização da endoscopia industrial, são inseridos sensores nos equipamentos, ligados a um microcomputador que ajuda a identificar defeitos como corrosão, depósito de impurezas e outros defeitos internos mais sérios.
Termografia
A termografia também indica o estado de um equipamento por meio da medição de temperatura. A técnica consiste na criação de uma imagem com as diferentes temperaturas da máquina, diferenciadas por meio de cores.
Como o calor é um sintoma precoce de danos aos equipamentos, essa técnica é muito efetiva e bastante utilizada em indústrias.
A termografia ajuda a identificar disjuntores sobrecarregados, pontos de sobreaquecimento, vazamentos, defeitos em circuitos elétricos, entre outras coisas.
Ferrografia
Já a ferrografia é uma técnica de análise da morfologia das partículas encontradas em amostras de lubrificantes. Essa análise pode indicar a presença de contaminantes, tipos de desgaste e até mesmo o desempenho do lubrificante.
Diferença entre manutenção preventiva e preditiva
A manutenção preventiva é o conjunto de técnicas que, assim como a preditiva, tem o objetivo de evitar falhas e paradas não programadas para manutenção corretiva. No entanto, há diferenças entre ambas.
Na manutenção preventiva, é necessário parar o funcionamento de uma máquina para que seja feita a troca de alguns componentes antes que eles apresentem defeitos. Já a manutenção preditiva pode ser feita sem a interrupção do funcionamento.
Na preditiva, as análises são feitas com base em informações obtidas por meio do monitoramento do funcionamento dos equipamentos.
Vantagens da manutenção preditiva
Adotar uma rotina de manutenção preditiva exige um maior investimento inicial, mas, em longo prazo, ela traz uma série de benefícios que fazem o investimento valer a pena. São eles:
- redução de custos com manutenção corretiva;
- prevenção de falhas;
- aumento da segurança;
- redução do número de intervenções nas máquinas;
- diminuição das perdas de produção;
- aumento da vida útil dos equipamentos;
- menos riscos de paradas não programadas.
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